sábado, 28 de maio de 2011

POR UM NOVO ENSINO DE GEOGRAFIA

A disciplina de Geografia por muitos anos foi encarada como a disciplina de memorização de dados, como também somente análise de mapas, deixando a mesma não atraente do ponto de vista dos educandos. Entretanto, esta visão foi mudando a partir de novos estudos, como também a inserção da Geografia Crítica, elaborada pelo então intitulado Geógrafo Milton Santos. Mesmo não sendo Geógrafo de formação, Milton Santos trouxe uma nova perspectiva para a Ciência da Geografia, bem como um novo "modelo" de discussão para essa ciência. As novas discussões datam desde a década de 70-80, porém o Ensino de Geografia ainda perdura, em alguns estabelecimentos de ensino, pela memorização de dados e análise de mapas. Cabe lembrar que o professor de Geografia não é um atlas, como também seus alunos não deverão ser. Desta forma, Milton Santos menciona que "no momento em que a sociedade humana conquista definitivamente o reino da natureza, como sua destruição, ou como compreensão de sua necessidade para a vida humana, modifica-se a consciência do mundo". Ainda nos escritos de Milton Santos, "uma nova Geografia defronta-se,então, com a realização de uma perspectiva cultural, em que as escalas de sua efetivação encontram-se bastante distanciadas de sua possibilidade de ocorrência. Essa nova Geografia,nos textos mais avançados, busca compreender, globalmente, um espaço que, então - é significativo - encontra-se estruturado!" Ao encontro de seus escritos, busca-se metodologias que inter-relacionem as geografias, mas não componham uma unidade. Assim, busca-se uma contetualização dos fatos, como também a superação do paradigma mecaniscista, situando o ensino no campo da complexidade, como Edgar Morin aborda em seus escritos. As relações do todo com as partes, bem como das partes com o todo, aborda além da memorização de dados, abordando-se assim uma visão mais crítica de conteúdos então abordados em sala de aula. Nessa perspectiva, Morin aborda da seguinta forma a reforma de pensamento: "a reforma de pensamento contém uma necessidade social-chave: formar cidadãos capazes de enfrentar os problemas de seu tempo. Com isso tornar-se-ia possível frear o debilitamento da democracia que suscita, em todos os campos da política, a expansão da autoridade dos experts, de especialistas de toda ordem, que limitam progressivamente a competência dos cidadãos, condenados à aceitação ignorante daqueles que são considerados conhecedores, mas que de fato praticam uma compreensão que rompe com a contextualidade e a globalidade dos problemas". Logo, busca-se um enisno crítico, colocando o professor como mediador do conhecimento e o educando fazendo-se parte do processo de ensino-aprendizagem.

AUTOR: GOMES, Róger Walteman. Licenciado em Geografia/UFSM. Especialista em Educação Ambiental/UFSM. Mestrando em Educação Ambiental/FURG.

Referências:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

MORIN, Edgar..Os setes saberes necessários à educação do futuro. SILVA, Catarina Eleonora F. da; SAWAYA, Jeanne. (trad.) 11. Ed. São Paulo: Cortez, 2006.

MORIN, Edgar. In: Educação e complexidade: os setes saberes e outros ensaios. ALMEIDA, Maria da Conceição de; CARVALHO, Edgar de Assis. (orgs.) 4. Ed. São Paulo: Cortez, 2007.

SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo: Globalização e Meio Técnico-Científico Informacional. 3º Ed. São Paulo: Editor HUCITEC, 1997.

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