quarta-feira, 8 de junho de 2011

A inserção da Educação Ambiental Emancipatória na preservação do elemento água

GOMES, Róger Walteman¹

Atualmente o globo terrestre vivencia um período de barbárie ambiental, entretanto as causas da mesma não podem ser encaradas como contemporâneas, de modo que, os impactos que vivenciamos atualmente são resultados de uma exploração dos recursos naturais de forma desenfreada, pois durante longa data a humanidade acreditava que os recursos naturais seriam infinitos.
A sociedade, em constante evolução, foi se modernizando, surgindo a 1ª Revolução Industrial, marcada pelo uso demasiado do Carvão Mineral, sendo este um combustível fóssil, na qual seus processos são extremamente prejudiciais a atmosfera. Essa degradação é consequência da liberação de Dióxido de Carbono (CO2), um dos gases de maior impacto ao efeito estufa, pois retém os raios solares que ultrapassam a atmosfera, aumentando assim, a temperatura na superfície terrestre. Nesta perspectiva, outros recursos naturais também foram explorados e/ou ainda estão sendo de forma desenfreada, como por exemplo, o uso e/ou desperdício da água.
Diante desta realidade, o presente trabalho tem como objetivo oferecer alguns dados relacionados ao uso de um importante recurso natural, a água, bem como a sua relação com a temática Educação Ambiental Emancipatória.
O elemento água é considerado por muitos, como sinônimo de vida, devido ao fato de que sua inexiste provocaria a inexistência de outras vidas. Entretanto, a devida importância para o seu uso e manejo não está sendo levada em conta nos últimos tempos, pois o seu uso e manejo têm gerado discussões e reflexões no meio acadêmico e político mundial, devido ao fato de que em alguns pontos do globo terrestre a ausência de água já se fez presente.
Mesmo assim, a água é um recurso renovável, de modo que essa renovação se faz pelo ciclo hidrológico. Contudo, além do seu uso e manejo incorreto, em muitas ocasiões, a ação antrópica tem alterado significativamente este ciclo, provocando escassez de chuvas em alguns locais, bem como fortes tempestades em outros. Neste sentido cabe ressaltar a visão de Petrella (2004), na qual ressalta a grande importância da água em nossas vidas:

A água é um elemento essencial insubstituível à vida individual e coletiva. O acesso à água não é problema de escolha. Trata-se de uma necessidade ligada à própria vida. Como fonte de vida, a água é insubstituível. O carvão pode ser substituído pelo petróleo; o petróleo, pela energia solar. Podemos substituir o arroz pelo trigo, utilizar o trem em vez do avião. É possível, também, praticar uma economia sem moeda ou até sem preço (situação de gratuidade), mas não conseguimos substituir a água para viver. A essencialidade e o fato de ser insubstituível no que diz respeito a vida faz do acesso à água um direito individual e coletivo, humano e social. (p. 12)

Nesta perspectiva, a água não pode ser tratada de maneira distanciada do homem, da sociedade e da Educação Ambiental. Para compreender o real significado da Educação Ambiental, é necessário investir em estudos e pesquisas. Dentro do cotidiano escolar, percebe-se que o ensino de Ciências, de forma geral, precisa sofrer transformações. Ao observarmos uma área de conhecimento mais específica como a Educação Ambiental, essa compreensão precisa ser ampliada, aprofundada e melhor discutida no interior da escola, dentro das salas de aula, na formação de nossos alunos e de nossos professores.
A inserção da Educação Ambiental, não pode ser vista somente como algo direcionado a mudanças culturais, mas sim, algo que possa conduzir a uma ética ecologicamente correta, para a realização de mudanças sócias necessárias, para uma sociedade que vive acerca de um caos ambiental. Neste sentido, Loureiro (2004) menciona:

(...) para que a Educação Ambiental seja compreendida não apenas como instrumento de mudança cultural ou comportamental, mas também como um instrumento de transformação social para se atingir a mudança ambiental. (p. 12)

Nesta perspectiva, a inserção da Educação Ambiental como forma de mudanças de atitudes, individuais e coletivas, poderão trazer redimensionamentos, no que se refere a forma de uso da água, sendo esta como já supracitado, insubstituível a vida do homem.
Assim, o termo Educação Ambiental Emancipatória, segundo Loureiro (2004), “compreende a educação como elemento de transformação social inspirada no diálogo, no exercício da cidadania (...) na criação de espaços coletivos, na superação das formas de dominação capitalistas (...)”. (p. 15). Neste sentido, é com a ação emancipatória, através da educação, que romperemos com a situação atual de uso desenfreado e não sustentável do elemento água.

¹Licenciado em Geografia/UFSM. Especialista em Educação Ambiental/UFSM. Mestrando em Educação Ambiental/FURG.

REFERÊNCIAS


LOUREIRO, Carlos Frederico B. Trajetória e fundamentos da educação ambiental. São Paulo: Cortez, 2004

PETRELLA, Ricardo. A água. O desafio do bem comum. Trad. por Fabiola Kochenborger. In: Água: bem público universal. São Leopoldo: Editora UNISINOS, 2004

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