sexta-feira, 30 de março de 2012

Você é o que usa?

EU ETIQUETA

Em minha calça está grudado um nome Que não é meu de batismo ou de cartório. Um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida Que jamais pus na boca, nessa vida, Em minha camiseta, a marca de cigarro Que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produtos Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido De alguma coisa não provada Por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, Minha gravata e cinto e escova e pente, Meu copo, minha xícara, Minha toalha de banho e sabonete, Meu isso, meu aquilo. Desde a cabeça ao bico dos sapatos, São mensagens, Letras falantes, Gritos visuais, Ordens de uso, abuso, reincidências. Costume, hábito, permência, Indispensabilidade, E fazem de mim homem-anúncio itinerante, Escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É duro andar na moda, ainda que a moda Seja negar minha identidade, Trocá-la por mil, açambarcando Todas as marcas registradas, Todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser Eu que antes era e me sabia Tão diverso de outros, tão mim mesmo, Ser pensante sentinte e solitário Com outros seres diversos e conscientes De sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio Ora vulgar ora bizarro. Em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente.) E nisto me comparo, tiro glória De minha anulação. Não sou - vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago Para anunciar, para vender Em bares festas praias pérgulas piscinas, E bem à vista exibo esta etiqueta Global no corpo que desiste De ser veste e sandália de uma essência Tão viva, independente, Que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora Meu gosto e capacidade de escolher, Minhas idiossincrasias tão pessoais, Tão minhas que no rosto se espelhavam E cada gesto, cada olhar Cada vinco da roupa Sou gravado de forma universal, Saio da estamparia, não de casa, Da vitrine me tiram, recolocam, Objeto pulsante mas objeto Que se oferece como signo dos outros Objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso De ser não eu, mas artigo industrial, Peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente.
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quinta-feira, 29 de março de 2012

EXERCÍCIO FUSOS HORARIOS - 1ANO "B"

A viagem de um empresário de Santiago (Chile) a Roma (Itália) está organizada da seguinte forma:- Sai de Santiago (75° de longitude oeste) às 6 horas do dia 2 de janeiro de 2005 e faz escala em São Paulo (45° de longitude oeste), no Brasil, após quatro horas de viagem.- Depois de uma escala de 2 horas, decola com destino a Roma (15° de longitude leste), durando 10 horas a viagem.
Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) nas alternativas a seguir.
( ) O avião chega a São Paulo às 14 horas do dia 2 de janeiro de 2005.
( ) O avião chega a Roma às 6 horas do dia 3 de janeiro de 2005.
( ) A diferença de horário entre Santiago e Roma é de 6 horas.
( ) A diferença de horário entre Santiago e São Paulo é de 2 horas.
A seqüência correta é
a) V - F - V - F.
b) V - V - V - F.
c) F - F - F - V.
d) F - F - V - V.
e) V - V - F - V.

EXERCÍCIO FUSOS HORÁRIOS - 1 ANO "A"

(UEG 2005) Um avião decolou do aeroporto da cidade A (45°W) às 7 horas com destino à cidade B (120°W). O vôo tem duração de oito horas. Que horas serão na cidade B quando o avião pousar?

MÚSICA PARA O 5º ANO - TRAJETO DAS TROPAS, DO RIO GRANDE DO SUL ATÉ SOROCABA


Tropa Ponta Cortada
Duzentas mula argentina, mansas, xucras, caborteiras. Cruzaram pela fronteira nadando pro nosso lado. Ponta, corrida, cortada, porque as melhor vêm na frente. Sistema de antigamente selecionando a mulada.
Tropa pronta e faturada, burro cargueiro e bruaca. E o velho Tito Guaiaca, cozinheiro e ponteador. Na frente, as mansas de arreio e a velha mula ruana. Na goela, leva a campana do cincerro cantador.
De São Borja até Cruz Alta, foi quase um mês estradeando. Mas veio até Passo Fundo folgando pra descansar. Dois dias e um pouco mais, tropa na estrada de novo. Estirada ao novo povo, da Vacaria dos Pinhais.
Estalo, relho e assovios, do cincerro à badalada. Planalto, picada e rio, no rumo de Sorocaba.
Lages... Castro..os birivas, nestas tropeadas muleiras. Não respeitavam fronteiras, divisa ou tempo qualquer. Quanto maior a distancia, a lembrança dobra a idade. Mas o que dói, é a saudade do pago o rancho e a mulher.
Paraná depois São Paulo tropa entregue se boleavam. E os sentimentos brotavam, rebentando o maneador. Lembrando a mulher amada no baldrame do galpão. De mate pronto na mão, bombeando pro corredor.

terça-feira, 27 de março de 2012

A GLOBALIZAÇÃO E NÓS

Um pensador de ótica social - democrática, Anthony Giddens, observou recentemente que poucos termos são freqüentemente usados, e tão pobremente conceptualizados, quanto “globalização”. Para alguns, representa uma internacionalização sem precedentes da vida econômica e política; seria o colapso das fronteiras, anunciando câmbios fundamentais na sociedade e na cultura. É tipicamente a turma do “fim”; o fim da História, o fim do trabalho, o fim da família. Para a comunidade internacional dos negócios é a perspectiva do crescimento incontido do mercado. Para os “hiperglobalizantes”, prenuncia a vitória dos mercados sobre o Estado, e, assim, uma reconfiguração do mapa político do mundo, com base em cidades-Estado e regiões econômicas, em vez de estados nacionais. Já os “céticos da globalização”, como P. Hirst, dão-se à pachorra de mostrar que a economia mundial esteve mais integrada no começo do
que no fim do século XX. Mas que há algo profundamente novo, isso há. P. Sutherland, hoje diretor gerente da Goldman Sachs Internacional, no auge da crise financeira mundial, em
98, depois da genuflexão ideológica de praxe às virtudes da globalização, reconhece que ela fez a vida difícil para muitos. Ameaça deixar parte do mundo para trás, e assusta tanto os ricos (que temem perder seus padrões de vida) quanto os pobres (que se sentem cada vez mais distantes do Primeiro Mundo). Alguns desses efeitos provêm de outras causas facilmente identificadas (câmbios tecnológicos, deficiências educacionais, mercados de trabalho inflexíveis, impostos altos, e uma força de trabalho em envelhecimento). Mas a galera acha que as causas da angústia são o comércio e os investimentos globais. E que fazer de problemas que surgem de um sem-número de causas que é impossível compreender totalmente e que tendem a ficar cada vez mais
complicados, como a degradação ambiental, as doenças, o crime, o terrorismo, as pressões migratórias incontroláveis? O economista americano R. Kuttner, que se intitula um “liberal” (o que nos Estados Unidos indica tendências esquerdistas), afirma que a grande conquista deste século foi domesticar a força bruta do capitalismo laissez-faire. Através de políticas macroeconômicas ativas e da regulamentação das tendênciasautodestrutivas dos mercados, o capitalismo teria colocado um piso em baixo da força de trabalho. Recorreu a investimentos políticos diretos, para cura das recessões, e adotou normas ambientais. Tudo isso gerou um capitalismo mais eficiente e ao mesmo tempo mais socialmente aceitável, temperando os extremos de volatilidade e desigualdade. É claro que as esquerdas brasileiras neoburras não concordam. Acham que esta história de neoliberalismo são idéias da burguesia e dos seus intelectuais para “aniquilar uma seção da nossa sociedade”. Isso representa um pouco o lado
obscuro do espírito, que precisa de inimigos misteriosos e de forças ocultas para juntar coisa com coisa. Quando o Papa Inocente VIII, no final do século XV, com a assistência técnica de dois monges alemães, Kramer e Sprenger, inaugurou, através da bula “Summi Desiderantes”, a fase “moderna” da Inquisição, estava apenas expressando aquilo que no seu tempo era um pensamento. Pensamento generalizado. Acreditava-se que forças demoníacas estavam operando
às escondidas. Houve uma febre repressiva que se estendeu a leigos e protestantes, nobres e camponeses, doutos e ignorantes, cavaleiros e juristas, que passaram todos a acreditar em coisas absurdas, como a existência de relações sexuais com o Belzebu. Já tivemos demonologias de muitos tipos. Ainda peguei as purgas de Stalin, e vi de perto, há quase 50 anos, o fenômeno do macarthismo, nos Estados Unidos. Baixando o nível de tragédia para o carnaval, tivemos aqui as “forças ocultas” com Vargas e Jânio. Voltando, porém, à globalização. O que acabou com a crença num universo movido à feitiçaria foi uma “inovação” que rendeu pouco a um empresário de nome Johannes Gutenberg não foi “a” causa. Inúmeras variáveis entraram no processo: avanços tecnológicos, do plantio do nabo à metalurgia das armas de fogo, ao aperfeiçoamento da construção naval, à astronomia de Copérnico e Kepler, à física experimental de Galileu aos descobrimentos geográficos. Só que neste último século e meio a aceleração científica, tecnológica e econômica tornou-se prodigiosa. Mudanças que se davam ao longo de gerações e de décadas foram encurtadas para anos ou meses. E o complexo IC ( informação e comunicações),
possibilitando a interação face a face entre gente de todas as partes, encolheu o mundo a uma aldeia virtual. Só para dar uma idéia, em 1942 o valor dos ativos intangíveis das empresas americanas cotadas em bolsa (Índice Dow Jones), que em 1920 era estimado em 87% dos ativos tangíveis (instalações, máquinas, estoques etc.) , caiu para quase zero, e na metade dos anos 90 já era umas quatro vezes maior do que estes! É o que a economia do conhecimento está fazendo. Hoje a Microsoft vale mais que a General Motors. Os clicks ( toques de computador) valem mais que os bricks (tijolos). Há aquela história da diferença entre um psicótico e um neurótico. Aquele
acha que 2 mais 2 são 5, enquanto que este sabe que são 4, mas não tolera a idéia. A globalização é um processo que está acontecendo - sem pedir licença a nenhum de nós. Acentuo a palavra “processo”. Vai ser penoso para alguns, mas, com o tempo, vantajoso para a maioria. Sobretudo, porém, é um dado da realidade, a partir do qual temos de colocar-nos, tanto quanto possível, com uma visão estratégica, procurando antever os custos e benefícios das sucessivas jogadas ao longo do tempo. Reanimar esquemas estáticos pensados para os problemas de 1950, como fazem nossos neonacionalistas, não é o portal de entrada no século XXI.
Roberto CamposJornal O Globo - Rio
de Janeiro - RJPublicado em : 20/02/2000

segunda-feira, 26 de março de 2012

Grupos indígenas e sua distribuição


Os agrupamentos humanos que os europeus encontraram na América não eram originários deste continente. Sua origem até hoje constitui umenigma para os cientistas, os quais elaboraram várias teorias para explicar de onde vieram os primeiros povoadores da América. Para alguns pesquisadores, eles teriam vindo da Atlântida, que segundo a lenda havia existido entre o norte da África e a América e fora tragada pelas águas do oceano. Outros estudiosos consideram que os indígneas são autóctones, isto é, originaram-se do próprio continente americano.As teorias mais aceitas atualmente afiram que o estabelecimento de seres humanos em solo americano deve-se às migrações ocorridas há milhares de anos através do estreito de Bering ou de ilhas da Oceania. Ao longo dos séculos, esses agrupamentos humanos se fixaram no continente, e quando os europeus chegaram à América já existiam grupos indígneas desde a Patagônia ao Alasca. Constituíam sociedades diferenciadas, e os únicos que apresentavam instituições sociais e políticas complexas (classes sociais e estado) eram os maias (na AMérica Central), os astecas (no atual México) e os incas (no Peru).Quanto aos indígenas que viviam na banda oriental do rio Uruguai e as áreas próximas, sabe-se que não eram numerosos e que deixaram poucos vestígios materiais sobre o seu modo de vida antes da chegada dos colonizadores. Por isso, a classificação etnográfica desses povos se baseia em informações coletadas dos contatos estabelecidos entre eles e os europes que ocuparam a região.Muitas são as classificações dos povos indígenas que viviam entre o oceano Atlântico e a margem esquerda do rio Uruguai. Apesar da importância de cada uma delas, adotaremos a mais usual entre os estudiosos da história do extremo sul do Brasil. Havia na região platina três grandes grupos indígenas: guaranis, pampeanos e gês.Antes e mesmo depois da chegada dos europeus, esses grupos indígenas empreenderam movimentos migratórios característicos de seu modo de vida nômade ou semi-sedentário. Migraram também forçados pela presença dos colonizadores e seus descendentes que ocupavam suas terras ou os aprisionavam para escravizá-los.Os mais expressivos exemplos de migrações indígenas ocorreram com os guaranis e os minuanos (estes últimos, indígenas do grupo pampeano). Os primeiros, originários do alto Paraná, chegaram à região platina emduas levas, uma provavelmente no século IV d.C. e outra no século X. Atravessaram o rio Uruguai - expulsando dali os guaianás (do grupo dos gês) para o nordeste do atual território do Rio Grande do Sul - e se fixaram numa extensa faixa de oeste a leste do atual território do Rio Grande do Sul. Os minuanos, por sua vez, no século XVII, se transferiram da região compreendida entre os rios Uruguai e Paraná para o sul do rio Ibicuí.Os guaranisOs guaranis ocupavam as margens da laguna dos Patos, o litoral norte do atual Rio Grande do Sul, as bacias dos rios Jacuí e Ibicuí, incluindo a região dos Sete Povos das Missões. Dominaram também a parte central e setentrional entre os rios Uruguai e Paraná, bem como a parte sul da margem direita do rio da Prata e o curso inferior do rio Paraná.Havia entre os guaranis três subgrupos principais: os tapes ( indígenas missioneiros dos Sete Povos), que ocupavam as margens dos rios a oeste do atual território do Rio grande do Sul e o centro da bacia do rio Jacuí; os arachanes ou patos, que viviam às margens do rio Gauíba e na parte ocidental da laguna dos patos; os carijós, que habitavam o litoral, desde o atual município de São José do Norte até Cananéia, ao sul de São Paulo.Apesar da variedade de dialetos, o tupi-guarani era o tronco lingüístico comum a esses grupos indígenas.Os pampeanosOs pampeanos constituíram um conjunto de tribos que ocupavam o sul e o sudoeste do atual Rio Grande do Sul,a totalidade dos território da República Oriental do Uruguai, os cursos inferiores dos rios Uruguai, Paraná e da Prata. Os subgrupos e tribvos mais conhecidos entre eles foram os charruas, guenoas. minuanos, chanás, iarós e mbohanes. Todos falavam a língua guíchua, com poucas variações dialetais.Os gês (kaingangs)Os gês possivelmente eram os mais antigos habitantes da banda oriental do rio Uruguai. É provável que essas tribos começaram a se instalar no atual Rio Grande do Sul por volta do século II a.C. Ocupavam o planalto rio-grandense de leste a oeste e abrangiam vários subgrupos: coroados, ibijaras, gualachos, botocudos, bugres, caaguás, pinarés e guaianás. Estes últimos, no início do primeiro milênio d.C., foram expulsos pelos guaranis da região posteriormente denominada Sete Povos das Missões.Os gês do atual Rio Grande do Sul foram dizimados pelos bandeirantes, guaranis missioneiros, colonizadores portugueses, brasileiros e ítalo-germânicos. Os grupos que vivem atualmente nas reservas de Nonoai, Iraí, Tenente Portela migraram de São Paulo e Paraná, no século passado, durante a expansão da lavoura cafeeira.São conhecidos desde 1882 por kaingangs ("kaa" = mato; "ingang" = morador), conforme foram denominados genericamente por Telêmaco Borba (o mais importante estudioso e defensor dos indígneas no século passado).
publicado por Roberto Cohen em 13 de Janeiro de 2004. FonteLivro "História do Rio Grande do Sul", autoria de Telmo Remião Moure. Editora FTD Ltda. 1994.

A regionalização do Brasil segundo Milton Santos

Para o geógrafo Milton Santos haveria uma nova regionalização do território brasileiro, no qual seria levado em consideração aspectos em relação ao desenvolvimento técnico-científico. Neste sentido, o Brasil está dividido em 4 regiões que poderá ser observado na imagem abaixo:
Ver também:
* MILTON SANTOS: A CONSTRUÇÃO DA GEOGRAFIA CIDADÃ. Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-124g.htm

sábado, 24 de março de 2012

A Revolução dos Bichos



Uma história um tanto inusitada, mas, principalmente, um momento de reflexão acerca das inter-relações existentes na sociedade. Capitalismo ou socialismo, discussões reflexões acerca dos sistemas vigentes na sociedade. Personagens que farão o leitor refletir sobre quais sistemas econômicos a ser adotado por determinada comunidade, como também questionar a situação política atual a partir de perceber o real valor do poder. O oprimido que tornou-se opressor, formação de exércitos, ditaduras sanguinárias, dentre muitos outros assuntos emergiram durante a leitura.





"Um dia conseguiremos distinguir homens de porcos"

sábado, 17 de março de 2012

O Trabalho e a mais-valia

A minoria hegemônica detentora dos meios de produção explorando a maioria hegemonizada que tem na sua força de trabalho o seu sustento.


Lendo, interpretando e refletiando o atual momento vivenciado pela sociedade do século XXI.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Atual situação dos índios no Brasil

Este é o resultado do etnocídio português no território brasileiro, ou seja, o poder do velho mundo em cima do novo mundo.
Além disso, cabe ressaltar as transformações nas paisagens brasileiras, pois os ciclos econômicos existentes ao longo dos séculos dizimou as nossas riquezas naturais...